GEPA - Grupo de Estudo Psicanálise do Acolhimento


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Sabe aquela pessoa que em nosso convívio nos deparamos e quando percebemos estamos sorrindo, gesticulando, atuando ou falando parecidamente a ela, isso, pode ser um sinal da identificação.

Em Psicologia das Massas e Análise do Eu, Freud (2014, p. 100-101) nos diz que "a identificação aspira por dar ao próprio eu uma forma semelhante à do outro eu tomado como modelo [...] o eu toma para si as qualidades do objeto". A identificação também é citada em Horowitz (1991, p. 139), sendo que ela "assimila aspectos da outra pessoa ao eu; preserva a continuidade das formas de ser através das gerações".

Um exemplo notável que Freud descreveu foi o de um pensionato feminino, sendo que uma jovem recebe uma carta e apresenta um ataque histérico de ciúmes e algumas de suas amigas, que sabem do ocorrido irão apresentar o mesmo ataque, através da "infecção psíquica" (FREUD, 2014, p. 102), uma vez que, através da identificação, algumas jovens podem querer estar na mesma situação da jovem que recebeu a carta, aceitando de certa forma o sofrimento uma das outras.

Em sua obra Freud nos cita outros exemplos da identificação, e nos diz que ela não se limitará à pessoa por completa, agindo de forma parcial e apenas em alguns traços, assim, você poderá estar falando, andando, gesticulando ou quem sabe aquela gargalhada muito parecida a de alguém, sendo este próximo ou oriundo dos meios de comunicação.

Desta forma o importante é a reflexão e tornar-se consciente de quais modelos estamos nos identificando e se isso pode estar ocasionando algum sofrimento psíquico em nossas vidas sem nos darmos conta, reflexão e consciência, que somente poderá ser obtida através da psicoterapia e em caso de dúvida, procure a ajuda de um profissional.

Referências:

FREUD, Sigmund. Psicologia das Massas e Análise do EU. Porto Alegre. L&PM, 2014.

HOROWITZ, Mardi. Introdução à psicodinâmica - uma nova síntese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.