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Seu nome Schlomo era em homenagem ao seu avô paterno que falecera pouco antes de seu nascimento, porém, mais tarde, Schlomo Sigismund mudaria seu nome para o que todos conhecemos, Sigmund Freud.

Seu pai Jacob Freud (1815-1896) era um comerciante de lã e produtos têxteis, já possuía dois filhos e estava com 41 anos quando se casou com Amália (1835-1930) que tinha 21 anos de idade e posteriormente tiveram sete filhos, sendo Sigmund o mais velhos deles e muitas vezes citado como o filho preferido, sendo chamado de "Meu Sig de ouro".

Sua família não tinha muitos recursos e com o desenvolvimento da industrialização, precisaram se mudar para Viena em 1860, quando Sigmund possuía apenas 4 anos de idade, local este, onde passaria quase toda a sua vida.

Em Viena, Sigmund Freud sempre foi dedicado e promissor nos estudos, sabia falar latim, grego, hebraico, alemão, francês, inglês, italiano e espanhol e aos 25 anos em 1881, concluiu seu curso de medicina, na universidade de Viena, onde, se dedicou a pesquisas e publicou vários trabalhos relacionados à neurologia, porém, por motivos financeiros, não pode se tornar pesquisador, passando a se dedicar somente à prática clínica.

Ao conseguir se estabelecer como médico e com a ajuda financeira de alguns amigos, casou-se com Martha Bernays, também de origem judia onde tiveram seis filhos, sendo estes Mathilde, Martin, Oliver, Ernst, Sophie e Anna, esta a única a seguir futuramente os passos do pai.

Em setembro de 1891, Freud juntamente Martha, sua cunhada Minna e seus filhos, se mudaram para um apartamento na Rua Berggasse, onde hoje é localizado o Museu Freud.

Apesar de não seguir tradições e costumes religiosos, Freud se considerava Judeu, e em uma entrevista concedida a um jornal americano disse "Minha língua é o alemão. Minha cultura, minha realização é alemã. Eu me considerava um intelectual alemão, até perceber o crescimento do preconceito anti-semita na Alemanha e na Áustria. Desde então, prefiro me considerar judeu" (Revista IDE, citado por Zimmerman, 2008, pg. 156).

Como médico neurologista, Freud percebeu que muitas de suas pacientes apresentavam sintomas físicos como paralisia de membros, mutismo, dores, convulsões, contraturas ou cegueira sem nenhuma causa aparente, sendo que, até o momento eram tratadas com indiferença pela comunidade médica, assim, esta histeria como era chamada, necessitava de uma nova ciência.

Desta forma, Freud se dedicou a entender o que acontecia a estas pacientes, buscando uma forma diferente da comunidade médica da época. Procurava raízes psíquicas ao invés de explicações neurofisiológicas, dando voz e ouvindo ao que elas poderiam dizer sobre estes sintomas recorrentes.

Em 1895, Freud publica o artigo ?Estudos sobre a histeria?, em parceria com um respeitado médico vienense, Josef Breuer (1842-1925), sendo este, o único material no qual escreveram juntos, uma vez que, posteriormente suas convicções intelectuais passariam a ser diferentes, onde cada um continuou o seu caminho.

Em 12 de março de 1938 ocorre à anexação político-militar da Áustria por parte da Alemanha, não havendo mais como Sigmund Freud, um judeu, permanecer em seu país.

Apesar de no início Freud não aceitar facilmente a ideia de deixar seu país, haviam outros problemas que necessitariam serem tratados, sendo estes, a obtenção de vistos de saída para uma família judia em plena Áustria Nazista e qual país abriria suas portas para essa mesma família. Com isso, Ernest Jones, Marie Bonaparte e vários diplomatas se envolveram em negociações para tratar o assunto, e no dia 4 de junho de 1938 a família Freud deixa Viena para ser acolhida pela Inglaterra, mais precisamente em Londres na manhã de 6 de junho, onde Freud anotou em seu diário "morrer em liberdade".

Após alguns meses sob a acolhedora Inglaterra, e mais de quinze anos lutando contra um câncer no maxilar, que por fim, se tornou inoperável, Freud solicita com o consentimento de sua família, a seu médico particular Max Schur (1897-1969), que termine com o seu sofrimento. Assim, após receber altas doses de morfina, na madrugada do dia 23 de setembro de 1939, aos 83 anos de idade, Freud, entra em um coma profundo e acaba indo a óbito.

Seus restos mortais encontram-se juntamente com os de sua esposa em um dos crematórios mais antigos da Grã-Bretanha, o Crematório e Mausoléu de Golders Green, em Londres no Reino Unido.

Apesar de sua morte, Freud nos deixou um legado inestimável, a Psicanálise. Seus trabalhos são considerados fontes inesgotáveis de estudos e pesquisas, sendo ele o autor que mais contribuiu com sua teoria. Possui cerca de 10 biografias, e são creditados a ele mais de 300 títulos entre livros, artigos e correspondências.

Referências:

DOCUMENTÁRIO, Sigmund Freud: Analysis of a Mind. 1995 A&E Television Networks. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=45oGwit77jU >. Acesso em 17 de Janeiro de 2019.

FREUD, Sigmund. Compêndio da psicanálise. Trad. Renato Zwick. Porto Alegre, RS: L&PM, 2014.

VILLARI, Rafael Andrés. Entre Viena e Londres: uma visita à casa de Sigmund Freud. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 20, n. 3, p. 2-7, Set. 2000. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932000000300002&lng=en&nrm=iso >. Acesso em 17 de Janeiro de 2019.

ZIMERMAN, David E. Vocabulário Contemporâneo de Psicanálise [Recurso
Eletrônico]. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.