GEPA - Grupo de Estudo Psicanálise do Acolhimento


O Mito Grego Édipo Rei

Psicoterapeuta: Ricardo Augusto Nunes Assunto: Sigmund Freud

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O Mito Grego Édipo Rei

Hoje vamos falar sobre o Mito Grego Édipo Rei, no qual, posteriormente teve uma grande importância dentro da Psicanálise.

Escrito por Sófocles em aproximadamente 430 a.C, sendo este um dramaturgo grego muito festejado, no qual, o são creditadas mais de 123 peças teatrais, cujo consta em registros que o mesmo foi vencedor de 24 concursos anuais de dramaturgia trágica. Sófocles também foi ministro do Tesouro e duas vezes comandante do exército em expedições militares, porém, seu renome se deve ao seu talento poético.

O mito começa com um grupo de crianças e um sacerdote diante do palácio de Édipo, cujo mesmo sai para ouvir o que eles o têm a dizer e quem sabe poder prestar seu auxílio.

O sacerdote diz a Édipo que uma peste se alastrou por toda a cidade de Tebas e que sobre a mesma paira uma onda mortífera, diz a Édipo que não o iguala a nenhum Deus, mas o considera como o primeiro mortal após os deuses e que quem sabe a voz de um dos deuses possa instruí-lo para que toda a cidade se reerga.

Ao sacerdote Édipo diz que não poderá ignorar os pedidos dos cidadãos de Tebas, e que já havia enviado seu cunhado Creonte para Delfos, ao templo de Apolo para perguntar ao oráculo o que deveria ser feito para salvar a cidade.

Creonte, após a sua volta, diz que a resposta dada pelos deuses era de limpar a imundície que corrompia a cidade, expulsando culpados e fazendo-os pagar por seus assassinatos.

Édipo pergunta sobre qual assassinato o oráculo contou, e Creonte diz que foi do Rei anterior de Tebas, Laio.

Édipo diz que nunca o havia visto, e Creonte diz que os deuses pediram para que punisse os seus assassinos.

Édipo sem saber como são fica intrigado em como poderão encontrar os culpados para um crime tão antigo e Creonte diz que o Oráculo mencionou que o assassino ainda se encontra em Tebas.

Édipo pergunta como o Rei Laio havia sido morto e Creonte diz que ele saiu para consultar o oráculo e nunca mais havia retornado.

Com isso, Édipo então se encarrega de encontrar o assassino em Tebas, pois, acredita que o mesmo talvez algum dia possa querer golpeá-lo também, e defendendo Laio, está defendendo a si mesmo. Desta forma, Édipo ordena aos cidadãos que se alguém souber sobre o assassino que o revelem e ainda roga que o assassino tenha uma vida sem alegria e que viva o resto de sua vida como um miserável e diz:

"Eu é que lutarei por ele, como se ele tivesse sido meu o pai"

Édipo então envia dois mensageiros para buscar alguém que tem o dom da clarividência, no caso, indicado por seu cunhado Creonte, eles trazem Tirésias.

Édipo explica a Tirésias que o único meio de se livrarem da peste que atinge a cidade é descobrir o assassino do Rei Laio e Tirésias se recusa a início em contar quem é o assassino, mas, após desentendimentos com Édipo, ele diz que quem mancha a honra e é o criminoso é o próprio Édipo.

Édipo não gosta do que ouve e Tirésias aumenta seu comentário dizendo que Édipo vive de maneira infame com o mais próximo de seus familiares sem saber.

Assim, Édipo fica furioso e começa a questionar as falas de Tirésias, argumentando que deve ter sido Creonte quem está tramando em conjunto para tomar o seu posto de Rei, insulta e pede que Tirésias saia do palácio, porém, antes de sair Tirésias reforça que o assassino de Laio está ali e é o próprio Édipo.

Creonte então fica inconformado devido às acusações de Édipo, pois para ele, a pior coisa a se acontecer será ser tomado como um traidor de Tebas e após uma acalorada discussão com Édipo, este pergunta a Creonte se não foi feito nenhum inquérito sobre a morte do Rei Laio, e Creonte diz que sim, mas não chegaram a nenhum resultado.

Neste momento Jocasta, esposa de Édipo e irmã de Creonte, sai do palácio e diz aos dois para pararem, enquanto Tebas sofre, eles ficam brigando por situações privadas e pergunta o que possa ter acontecido para que Édipo esteja tão bravo e atormentado.

Édipo então diz que Creonte enviou um advinho, no qual, o mesmo diz que foi o próprio Édipo quem matou Laio.

Jocasta diz a Édipo para não se preocupar, pois, nenhum humano poderá dizer sobre o futuro, e lhe provará com palavras, dizendo que um oráculo dos sacerdotes de Apolo, certa vez chegou a Laio e disse que o mesmo iria morrer pelas mãos de um filho que viria a nascer. Sabendo disso, ao nascer a criança, Laio prendeu seus tornozelos e o abandonou, e segundo Jocasta, não deixando as vozes proféticas se realizarem, uma vez que, Laio foi abatido por bandidos em um cruzamento de dois caminhos.

Ao ouvir isso, Édipo fica muito inquieto e pergunta para Jocasta onde ficava este cruzamento e como era a aparência de Laio e ela diz que ficava no país da Fócida, onde se juntam os caminhos de Delfos e de Dáulis, sendo Laio alto e seus cabelos começavam a embranquecer.

Ao ouvi-la, Édipo fica mais inquieto ainda e começa a considerar que o advinho que Creonte trouxe, acertara em sua visão e pergunta a Jocasta quem havia lhe contado os detalhes sobre a morte de Laio, Jocasta diz que havia sobrevivido um único de seus servos, porém, este não mora mais em Tebas, mas, mesmo assim Édipo ordena que o procurem e tragam-no até o palácio.

Jocasta começa a ficar preocupada com as atitudes de Édipo e pergunta o que pode estar havendo, no qual, ele diz:

"Há tempos atrás durante um banquete, onde estavam meu pai, Pólibo de Corinto e minha mãe Mérope, um homem me chamou de "filho suposto", onde no outro dia, perguntei aos meus pais se isso era verdadeiro, onde me tranquilizaram com palavras, porém, mesmo assim, com esta inquietação e sem avisá-los fui a Delfos, onde Apolo ao me mandar embora, me disse que eu tinha o mais horrível dos destinos, que eu entraria no leito de minha mãe e seria o assassino do meu pai. Ao saber disso e temendo fugi para longe deles de Corinto, onde, no caminho encontro um homem parecido com o que você me disse e um de seus servos tenta me afastar com violência, então o golpeio e o velho me acerta um golpe com seu chicote, porém, pagaram caro, pois eu mesmo os matei naquele local, e apenas um homem conseguiu escapar. Ao continuar sem rumo, cheguei aos portões de Tebas, onde havia uma Esfinge que me propôs um enigma, sendo que ao acertar, salvei além de mim, a cidade de Tebas, onde recebi de Creonte o título de Rei e a sua mão em casamento."

No meio de toda esta confusão, chega ao palácio um estrangeiro procurando Édipo, no qual, é abordado por Jocasta que pergunta o que ele quer, então este estrangeiro diz que o Velho Pólibo, pai de Édipo havia falecido.

Ao saber disso, Édipo e Jocasta questionam novamente as profecias do oráculo e se sentem aliviados, pois, não foi Édipo quem matou Pólibo, mas Édipo ainda diz que sua mãe viva lhe causa medo.

Ao ouvi-lo o estrangeiro pergunta qual o motivo de tanto medo, então Édipo conta para ele sobre a profecia, e o mesmo diz para Édipo não se preocupar, pois, Pólibo não tem nenhuma relação de sangue com Édipo, e que o mesmo nunca havia sido seu pai, pois, não conseguia ter filhos, então ele mesmo entregou Édipo ainda criança para Pólibo, sendo que o havia encontrado no vale de Citéron, sendo que, naquele momento ele estava com os dois pés perfurados, inclusive seu nome Édipo se deve a isso.

Édipo pergunta se foi ele mesmo quem o encontrou, e o estrangeiro diz que não, que o havia recebido de outro pastor, e que este certamente era um dos homens de Laio, Édipo então pergunta se este homem ainda está em Tebas e o manda chamar.

Jocasta neste momento fica aflita e pede que Édipo desista de tudo isso, que esqueça, mas ele quer saber a verdade, então Jocasta entra no palácio aflita e transtornada.

Logo após, dois escravos trazem um velho pastor, sendo que para a surpresa de todos, se tratava do mesmo homem que escapara do incidente sobre a morte de Laio, no qual, Édipo aflito e apressado pergunta ao estrangeiro que trouxe a notícia sobre Pólibo, se ele conhecia aquele velho pastor, sendo que o mesmo confirma que foi ele o homem quem o havia entregado ainda quando criança.

Édipo imediatamente pergunta de quem era àquela criança, sendo que o velho pastor estava receoso e relutante a contar, mas, após desentendimentos com Édipo, diz que ela havia nascido na casa de Laio e entregue por sua esposa, para que a matasse, pois, temia uma profecia do oráculo, de que aquela criança mataria seus pais, assim, Édipo sai correndo para dentro do palácio, pois descobriu que se tratava dele mesmo o assassino de seu pai Laio, além de entrar no leito de sua própria mãe Jocasta.

Após algum tempo, em meio a todo este tumulto um escravo sai do palácio e diz que a rainha Jocasta está morta, ela mesma acaba de tirar a sua vida e Édipo atormentado com a terrível situação, desamarra o corpo pendurado por uma corda, retira os colchetes de ouro das vestes dela e os enterra em seus próprios olhos o deixando cego.

Eis que Creonte chega, agora tendo que assumir o posto de comando de Tebas no lugar de Édipo e ao conversarem, Édipo pede para que seja expulso de Tebas, para um lugar onde ninguém mais lhe dirija a palavra. Creonte receoso diz que é melhor ambos consultarem os deuses, sendo que Édipo diz ter horror a eles, com isso tendo seu pedido aceito por Creonte.

Referência:
SÓFOCLES, 496aC-406aC. Édipo Rei. Trad. Paulo Neves. Porto Alegre, RS: L&PM, 2014.